A N3O e a OHB Suécia assinaram hoje um acordo de parceria no IAC - Congresso Internacional de Astronáutica, em Milão, que abrange o desenvolvimento, montagem, verificação e teste de dois satélites de Muito Alta Resolução (VHR) da Constelação do Atlântico.
O acordo assinado hoje entre a N3O (o primeiro integrador de satélites de Portugal) e a OHB Suécia (empresa com 30 anos de experiência no desenvolvimento e implementação de sistemas espaciais completos) marca mais um passo firme rumo à materialização da Constelação do Atlântico, que vai endereçar mercados em gestão territorial, infraestruturas críticas, agricultura, sustentabilidade, inovação, bem como segurança e defesa.
Os dois satélites serão desenvolvidos em conjunto pelas equipas da N3O e da OHB Suécia utilizando o InnoSat, a plataforma de satélites genérica da OHB Suécia, que já possui três satélites a operar com sucesso no espaço (GMS-T, MATS, Arctic Weather Satellite) e quatro satélites em desenvolvimento (GARAI-A/B, EIS, ADIS).
Enquanto a N3O é responsável pelo desenvolvimento e implementação de todo o segmento de equipamentos e componentes espaciais da Constelação do Atlântico que serão colocados em órbita, a OHB Suécia é responsável pelo desenho de base das duas plataformas de satélite VHR, em estreita articulação com a equipa de engenheiros da N3O. A montagem, integração e teste dos dois satélites vão realizar-se nas instalações da N3O – localizadas em Matosinhos, no CEiiA, o acionista de referência do integrador português –, com o suporte da OHB Suécia.
Os dois satélites VHR (utilizando os InnoSats #8 e #9) levarão uma carga útil ótica de Muito Alta Resolução de última geração e fornecerão imagens da Terra relevantes no espectro visível e no infravermelho próximo, com uma resolução abaixo de 50 cm por pixel, respondendo assim aos altos padrões de confiabilidade e desempenho requeridos pela GEOSAT, única operadora de satélites de Observação da Terra em Portugal e que irá operar a Constelação do Atlântico.
A parceira anunciada hoje é também um passo importante para a implementação do programa NEW SPACE PORTUGAL, um consórcio que tem por missão acelerar a indústria espacial portuguesa durante a próxima década. Este consórcio de várias entidades é liderado pela GEOSAT e inclui ainda o CEiiA, um dos principais players do ecossistema espacial português, sendo as duas organizações acionistas da N3O.
Esta parceria cumpre outro dos objetivos do programa NEW SPACE PORTUGAL: desenvolver capacidade em Portugal para a construção de satélites de Muito Alta Resolução de A a Z, atraindo não só talento para o País, mas também garantindo o desenvolvimento e evolução da engenharia espacial nacional.
André Oliveira, CEO da N3O: “Estamos entusiasmados por ter a OHB Suécia como parceira para o desenvolvimento dos nossos dois primeiros satélites VHR da Constelação do Atlântico. A sua experiência será um elemento essencial para garantir a entrega destes primeiros satélites dentro do prazo e com o desempenho solicitado. Esta cooperação proporciona grandes perspetivas para o futuro da indústria espacial portuguesa e para o fortalecimento da N3O enquanto primeiro integrador de satélites em Portugal, mas também na sua afirmação no mercado europeu”.
Fredrik Sjöberg, Diretor-Geral Adjunto da OHB Suécia: “Estamos muito satisfeitos com a confiança estabelecida entre a N3O e a OHB Suécia para desenvolver em conjunto os dois Satélites VHR da Constelação do Atlântico. Os satélites apoiarão os decisores (públicos e privados) em questões altamente relevantes, como segurança, meio ambiente, mar, terra e emergência, com um tempo de resposta muito curto. Além disso, as grandes e reconhecidas competências da OHB Suécia em subsistemas de Controle de Atitude e Órbita de Satélites, assim como Propulsão, servirão da melhor forma ao propósito desta missão ótica VHR.”
“A importância do Espaço” foi tema em destaque no programa Sociedade Civil, da RTP2, que contou com a participação de quatro organizações que integram a Agenda New Space Portugal: GEOSAT, CEiiA, Omnidea e N3O.
Durante a conversa, discutiu-se o desenvolvimento que o setor espacial português está a viver e a capacidade de atrair e reter talento para os projetos inovadores em curso. Projetos que, ao longo da próxima década, ambicionam posicionar o País como uma nação espacial, promovendo a tecnologia desenvolvida em Portugal nos mercados globais de Sustentabilidade, Segurança e Defesa.
Também se abordou a necessidade de mecanismos de investimento eficazes que permitam ao País consolidar uma ‘economia do novo espaço’, reforçando a importância desta aposta num setor tão estratégico como o setor espacial, atualmente em aceleradíssimo crescimento a nível mundial.
Programa completo aqui.